quinta-feira, 21 de março de 2013

Sou contra a inclusão



SIM, SOU CONTRA A INCLUSÃO!!!

Pelo menos por enquanto.

Sou professor e já fiz cursos na área, possuo um blog de inclusão onde descrevo fotos para deficientes visuais, mas isso ainda é pouco, precisamos de pessoas capacitadas para cuidar, lecionar, monitorar, sobretudo gostar de pessoas com necessidades especiais.
Eu conheço professores que tem medo de “pegar” Síndrome de Down, veja o tamanho da ignorância.
Existe uma literatura liberada para cópias e utilização que ajuda muito a nos abrir os horizontes e evitar erros costumeiros perto de pessoas com necessidades especiais...

Repito e grito: SOU CONTRA A INCLUSÃO!!!!

Mas contra essa falsa inclusão onde nossas crianças são “jogadas” nas salas de aula e nenhuma informação lhes é passada, pessoas especiais precisam de professores especiais, comprometidos e não dessa raça que toma cerveja com alunos, que deixa a postura em casa e assumem um estilo de quem “não está nem aí”
Certa vez me chateei com o sistema, então deixei tudo e fui ter um relacionamento com minhas panelas e hoje vez ou outra ministro um curso de gastronomia para crianças, um curso focado no cuidado que cada criança seja ela portadora de necessidades especiais ou não, devem ter na cozinha, tenho um curso de capacitação para deficientes visuais na cozinha, um curso de culinária(confeitaria) para deficientes visuais...
Mandei esses cursos para tudo que foi lugar, e sabem quem foi que me deu uma resposta?

-Ninguém.

Eu estou fazendo a minha parte.
Eu estou me reciclando, mudei meus conceitos e hoje com esses olhos sensibilizados (com lágrimas às vezes) vejo o descaso das prefeituras e o pior, vejo o descaso de alguns colegas professores para essa questão tão séria: INCLUSÃO.

Certa vez eu vi um garoto que me chamou para mostrar o laço que tinha feito no cadarço do sapato, foi uma das coisas mais lindas que eu vi, uma grande conquista para ele...

Mas sentir na pele é outra coisa. Até que um dia um safado me atropelou e me jogou numa cadeira de rodas, pude então perceber a importância de uma “consciência inclusiva”.
-Pra que colocar uma rampa numa padaria, uma pessoa só vai usar, mas quando essa pessoa é você, aí a coisa muda de figura.

Pra que fazer curso de capacitação se eu ganho tão pouco? 
Quem sabe essa capacitação não abra seus olhos para um mundo onde ser diferente é normal e a soma das diferenças nos completa.

Quarenta dias numa cadeira de rodas me fizeram um novo homem, mas tem gente que passa a vida inteira... 
Hoje tenho só uma cicatriz, como sempre digo: " as cicatrizes piores são as da alma", superei!

Por isso deixo aqui minha crítica e meu grito: SOU CONTRA A INCLUSÃO!!!!
Sou contra essa falsa inclusão.
Abraços a todos e me desculpem pelo desabafo.

Ton Praddo